Renúncias Papais

São Ponciano
São Ponciano
As primeiras evidências sobre a renúncia de um papa vem do ano de 235 d.C., com São Ponciano. Uma época marcada pelas confusões entre o Estado Romano e a iniciante Igreja Católica, ainda dando seus primeiros passos.  Ponciano foi exilado pelo imperador romano Maximino Trácio na Sardenha, uma ilha do mar Mediterrâneo. Percebendo que jamais conseguiria retornar a Roma, decidiu renunciar ao posto.
Bento IX

Bento IX
Em 1045, o Papa Bento IX renunciou ao papado, em troca de vantagens financeiras. O acordo era considerado simonia, ou seja, troca  O Papa Gregório VI, seu tio, para livrar a Igreja de Bento IX, convenceu-o a renunciar e tornou-se seu sucessor. Gregório VI renunciou em 1046, porque havia concluído acordo com Bento e tal era considerado simonia. O sucessor de Gregório, o Papa Clemente II, morreu em 1047 e Bento IX tornou-se papa novamente.

Celestino V
O exemplo mais conhecido de renúncia de um papa é a do Papa Celestino V em 1294: depois de apenas cinco meses de seu pontificado, ele publicou um decreto declarando solenemente que permite que um papa renuncie o cargo, em seguida, fez-se. Ele viveu dois anos como um eremita e mais tarde foi canonizado. O decreto papal emitido por ele levantou dúvidas entre os canonistas sobre a possibilidade de uma renúncia papal válida.
Tumba de Celestino V
Gregório XII

Gregório XII
O Papa Gregório XII (1406-1415) renunciou para acabar com o Grande Cisma do Ocidente, que havia chegado ao ponto onde havia três pretendentes ao trono papal: o Papa Gregório XII, o antipapa romano Bento XIII do Papado de Avinhão e o antipapa João XXIII do Conselho de Pisa. Antes de renunciar, formalmente convocou o Concílio de Constança e permitiu que este elegesse o seu sucessor.

O fato é que a renúncia programada por Bento XVI, para 28 de fevereiro de 2013, não é algo natural entre os papas. Aliás... uma renúncia nunca deve ser encarada como algo natural. Uma série de fatores levam ao renunciante deixar de lado suas obrigações em troca de um possível conforto pessoal, diante da sua possível incapacidade de exercer algum cargo de muita relevância. 

O que causa estranheza no caso de Bento XVI é o fato de não ter nada evidente que demonstre uma causa possível para sua renúncia. Talvez o fato de sua idade avançada e possivelmente a perda de parte de sua sanidade para decidir assuntos que mobilizem a toda a Igreja tenha levado a sua renúncia. Quando de sua eleição ele próprio disse que seria um papa de transição, devendo, na época, duvidar de seu até agora longo pontificado (quase 8 anos até agora, desde sua eleição em maio de 2005).

A partir de sua renúncia, Bento XVI abre espaço para novas conjecturas e investigações. E, por que não? Uma série nova de teorias de conspiração em torno de sua atitude pouco convencional.